A aula saíu à rua para conhecer, compreender, preservar e animar o nosso património.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

À descoberta do nosso concelho

Elementos retirados do censo de 2001
No dia 12 de Janeiro, os membros do Clube do Jornal da Escola EB 2 D. João IV  e outros alunos do 6º C foram conhecer as freguesias rurais do concelho de Vila Viçosa, num autocarro concedido pela Câmara Municipal. Fomos acompanhados pela Dr.ª Maria da Conceição Aurélio e pela Dr.ª Maria João Ferreira com o objectivo de conhecer melhor o concelho e poder transmitir informações sobre o mesmo.
Visitámos a Salsicharia “Arvana”, em S. Romão, o Centro de Convívio em Pardais, as pedreiras, na Fonte Soeiro e a Adega “Quinta das Mercês”, em Bencatel e observámos as paisagens, as pessoas …


Enchendo as tripas

A salsicharia “Arvana” existe há trinta anos e o senhor Apolinário Arvana é o seu proprietário há doze anos. Aí trabalham apenas cinco pessoas, que fazem todo o processo desde cortar a carne, temperar, encher a tripa, pôr ao fumeiro, embalar... controlar as temperaturas, pois têm a ajuda das máquinas.
Na salsicharia, fomos informados que fabricavam todos os tipos de enchidos: farinheiras, morcelas, chouriços, paios, linguiças, buchos, cacholeiras … e o chouriço é o que mais se vende.
Tudo é feito a partir de carne de porcos que vêm de vários pontos do país, porque a produção de porco na zona de Vila Viçosa não é suficiente.

Os enchidos no fumeiro

Por semana, no Inverno, fabricam cerca de duas toneladas de enchidos que são distribuídos por todo o país e por outros países como a Inglaterra e Holanda, onde têm representações. No Verão, há menos produção porque as pessoas não comem tanta carne deste tipo, como no Inverno.

O Centro de Convívio de Pardais existe há sete anos e funciona numa sala pequenina para as senhoras e noutra um pouco maior para os homens, na Junta de Freguesia. Lá, reúnem-se vinte e cinco homens e mulheres, todas as quartas-feiras à tarde, com umas senhoras que orientam as actividades.
Trabalhos executados no
 Centro de Convívio de Pardais
As mulheres fazem trabalhos manuais, como rendas, bordados, malha, velas, carteiras, sacos do pão, colagens, doces, licores … para venderem em feiras e em exposições perto do Natal, da Páscoa e durante as festas da aldeia. Com esse dinheiro compram coisas que fazem falta para o Centro. Também cantam, contam histórias, jogam e dão passeios. Os homens jogam às cartas, xadrez e quer-se que os homens comecem também a fazer trabalhos manuais.

Outro trabalho feito pelas senhoras
do Centro de Convívio de Pardais

Esta é uma forma das pessoas se reunirem, conviverem e aprenderem em vez de estarem sozinhas em casa, sobretudo para as mulheres, pois os homens estão habituados a sair sempre de casa. Todas as senhoras, que são muito simpáticas e algumas muito velhotas, disseram que gostavam tanto que não se importavam nada de ir todos os dias para lá.

Pedreira, Fonte Soeiro
 Passámos por Fonte Soeiro e espreitámos as pedreiras e ficámos a saber que esta é a pedreira mais funda da nossa região e a que está a trabalhar há mais tempo.
    Só de olhar lá para baixo sentimos um arrepio. 
    O mármore que é tirado daqui é vendido no nosso país mas também para o estrangeiro.

Na Adega da Quinta das Mercês, em Bencatel, fomos recebidos pelo senhor Vasco, que nos comunicou que a vinha tem 5 hectares e que produzem cerca de 7 a 8 toneladas de uva por cada hectare.
Quinta das Mercês
Produzem vinho branco e vinho tinto com rótulo “Bacante” e “Quinta das Mercês”. Estes vinhos são feitos a partir da mistura de três castas de uvas vermelhas, para dar vinho tinto “Aragonez, Alicante Bouchet, Cabernet Sauvignon” e de duas brancas, para vinho branco “Arinto e Antão Vaz”.
        Cada casta contém uvas com características semelhantes. Para cada rótulo há três gamas de vinho: uma mais baixa que é vendida em embalagem de cartão, outra com uma qualidade melhor que é o “Bacante”, em garrafa e o melhor é o “Quinta das Mercês”, também em garrafa. A uva é colhida em fins de Agosto, inícios de Setembro e todo o processo de vinificação é manual. Em Fevereiro/Março é que o vinho deve ser bebido.
Vinha da Quinta das Mercês
       Por ano, produz-se cerca de 50 a 60 mil litros de vinho, dependendo do ano agrícola. O vinho, na sua maioria, é vendido mais para o estrangeiro: Luxemburgo, Suíça, Brasil … No nosso país, só é vendido em casas da especialidade, em alguns restaurantes e não há em supermercados, porque como a produção é pouca, apenas vendem para sítios que todos os anos lhes compram o vinho.

Esta visita serviu para aprofundarmos conhecimentos sobre as freguesias rurais do concelho de Vila Viçosa e sobre diferentes actividades que há no nosso concelho. Nunca pensámos que uma pequena loja de comércio (salsicharia Arvana) vendesse os seus enchidos para o estrangeiro, tal como se passa na Quinta da Mercês com o vinho e nas pedreiras da Fonte Soeiro.    
Também não nos tínhamos apercebido que a paisagem natural varia tanto no nosso concelho: no caminho para S. Romão é muito mais verdejante e o terreno muito mais acidentado, Pardais já é menos e Bencatel é a zona mais plana, sendo as duas últimas mais esburacadas por causa das pedreiras.
Também foi bom percebermos que o convívio é muito importante para os idosos.
Foi uma visita interessante porque pudemos aprender de uma forma diferente!

Texto: Ana Lúcia Mestre, Inês Arranca, Leonor Veiga
Fotografias: Francisca Novado e  Margarida Coelho
Clube Jornal Escolar 2010/2011





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