A aula saíu à rua para conhecer, compreender, preservar e animar o nosso património.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Biografia de um homem ilustre na História de Vila Viçosa e do nosso país

D. João II, 8º Duque de Bragança
D. João IV, Rei de Portugal



            D. João II, 8º Duque de Bragança

           D. João II, 8º Duque de Bragança, 5º Duque de Guimarães e 2º Duque de Barcelos, Marquês de Vila Viçosa, nasceu em Vila Viçosa a 18 de Março de 1604, mas o seu pai quis que o seu aniversário fosse celebrado no dia seguinte, que era o dia de S. José e morreu em Lisboa, no dia 6 de Novembro de 1656, tendo sido sepultado no Mosteiro de S. Vicente de Fora. Sucedeu-lhe D. Afonso VI, após a morte prematura do seu primogénito, D. Teodósio.
Era filho de D. Teodósio II, 7 ° duque de Bragança e de sua mulher, D. Ana de Velasco. Por via paterna era trineto do rei D. Manuel I de Portugal, através da duquesa D. Catarina, sua avó.
A sua educação esteve a cargo de D. Diogo de Melo, que foi seu aio e lhe transmitiu o gosto pelos exercícios físicos e pela montaria.
Estudou música, recebendo lições do inglês Robert Tornar, contratado por seu pai para mestre da Capela do Paço Ducal de Vila Viçosa; foi também musicólogo de mérito, não só compositor (deixou os motetos Crux Fidelis e Adjuva nos Deus, havendo ainda outros que lhe são atribuídos), mas também como teórico de arte musical, tornando muito valiosa a biblioteca da Casa Ducal de Vila Viçosa, a qual, infelizmente, se veio a perder com o terramoto de 1755. No domínio das letras, o Dr. Jerónimo Soares ministrou-lhe conhecimentos de latim, autores clássicos e teologia.
No dia 12 de Janeiro de 1633, casou com a espanhola D. Luísa Francisca de Gusmão, da casa espanhola de Medina Sidónia, que nasceu em San Lucar de Barrameda.
Em 1640, quando os portugueses, descontentes com o domínio espanhol e com o reinado de Filipe IV de Espanha (III de Portugal), quiseram restaurar a independência, foi D. João que aceitou a responsabilidade e defendeu a causa, diz a lenda que incentivado sobretudo pela sua mulher D. Luísa de Gusmão. A 1 de Dezembro deu-se o golpe, em Lisboa. Naquele tempo, as notícias viajavam de mensageiros em mensageiros e, portanto, demoravam o seu tempo a chegar ao destino. O duque de Bragança aguardava no Palácio de Vila Viçosa o resultado da conspiração e, conforme os documentos da época, só soube a boa-nova no dia 3 de Dezembro. Logo seguiu para Lisboa, indo a família só depois.


D. João IV, Rei de Portugal e Duque de Bragança


No dia 15 de Dezembro de 1640, foi coroado Rei de Portugal e dos Algarves d'Aquém e d'Além Mar em África, Senhor da Guiné e do Comércio, da Conquista e da Navegação da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, com o nome de D. João IV e o Palácio de Vila Viçosa tornou-se uma casa de férias para a família real, vindo aqui para caçar "caça grossa", na Tapada Real.
D. João IV de Portugal foi o vigésimo - primeiro Rei de Portugal e o primeiro da quarta dinastia, de Bragança ou Brigantina. Reinou de 1640 a 1656. Ficou conhecido, na História, pelo cognome “O Restaurador” ou “O Afortunado”.
Depois da sua aclamação como rei, D. João IV fez frente às dificuldades com um vigor que muito contribuiu para a efectiva restauração da independência de Portugal. A este monarca se deve também a declaração do culto de Nª Sra de Vila Viçosa como Padroeira de Portugal, que as cortes aprovaram em 25 de Março de 1646.
Coube-lhe então procurar legitimar o movimento perante o país e o estrangeiro, lançar as bases de uma nova dinastia, tornando-se na figura incansável do Restaurador. Foi um hábil político externo e interno, assinando vários tratados com as Províncias Unidas, defendendo as terras ultramarinas, nomeando novos oficiais para as províncias e fortalezas do reino, reparando as fortalezas das linhas defensivas fronteiriças, fortalecendo as guarnições, defesa do Alentejo e Beira, obtendo material e reforços …  
Criada em 1647 por D. João IV, junto à ribeira das naus, a Aula de Fortificações e Arquitectura Militar foi o primeiro e importante passo na direcção do melhor preparo de seus técnicos. Até então a elaboração dos planos de defesa e das plantas das fortificações portuguesas era trabalho assumido, em sua grande maioria, por estrangeiros contratados, tendo em vista a inexistência de cursos e de técnicos em número suficiente. Confirmou e concedeu títulos que provinham do tempo dos Filipes, para honrar serviços prestados à Restauração.
D. João IV soube encarar as dificuldades que se lhe foram apresentando, assegurando o triunfo da Restauração.
Apresentou energia militar, bom senso governativo, dignidade no exercício do poder, soube escolher os seus colaboradores, foi implacável na defesa do trono e ouviu as cortes, sempre que teve que tomar decisões difíceis.
Quando morreu, o reino não estava ainda em segurança absoluta, mas D. João IV tinha-lhe construído umas bases suficientemente sólidas para vencer a crise.




Fontes de informação consultadas:




ALUNOS DO 6º D (1998). Figuras Ilustres de Vila Viçosa. Vila Viçosa: Escola E. B. 2, 3 D. João IV.
SERRÃO , Joaquim Veríssimo (1980). História de Portugal, Volume V: A Restauração e a Monarquia Absoluta (1640-1750). Lisboa: Verbo.
SERRÃO, Joel (dir.) (1976). Pequeno Dicionário de História de Portugal. Lisboa: Iniciativas Editoriais.


 Pedro Melo - 6º C
2010/2011

Sem comentários:

Enviar um comentário