A aula saíu à rua para conhecer, compreender, preservar e animar o nosso património.

terça-feira, 25 de março de 2014


Em jeito de homenagem …

 

Padre Joaquim Espanca

        

Joaquim José da Rocha Espanca nasceu em Vila Viçosa, no dia 17 de março de 1839 e morreu em 26 de novembro de 1896. 

Completou o 1º ciclo nesta localidade. Entrou para o seminário de Évora em 1855, onde completou os seus estudos e fez o curso de Teologia. Desde cedo, revelou interesse pelos estudos, aprendendo latim, canto, música, piano e órgão. Ainda em Évora, foi ordenado presbítero em 19 de setembro de 1863, formando-se com distinção e deixando fama de profundo sabedor da lingua latina.

Mudou-se para Bencatel, em 1877, tornando-se capelão da Irmandade de Santa Ana e lá ficou durante 14 anos. Depois, foi prior de Santa Catarina de Pardais e de S. Bartolomeu, em Vila Viçosa, na dignidade de Vigário da Vara.

Foi poeta e músico apreciado e o derradeiro discípulo de Francisco António Franco, antigo aluno do Colégio dos Reis de Vila Viçosa, cuja tradição artística remonta ao tempo de D. João II, 8º Duque de Bragança, futuro rei D. João IV. Como músico, compôs 73 obras musicais, em parte existentes na Biblioteca Pública de Évora, para piano, para piano e canto, para instrumentos de sopro, para instrumentios diversos e canto, para novenas e para música sacra. Eram, também conhecidos os seus méritos de arqueólogo na interpretação e leitura de velhas inscrições lapidares, tendo prestigio no seu tempo, tendo publicado Estudo Sobre Antas e seus Congéneres.

Em 1864, começou a colaborar no jornal religioso Fé Católica. Posteriormente, publicou o romance Heroísmo do Amor Filial. Para além disso, colaborou nos almanaques do Bom Católico e da Imaculada Conceição, no boletim A Cidade de Évora, no Dicionário Antigo e Moderno, de Pinho Leal e Dr. Pedro Augusto Ferreira, no Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa e na revista O Arqueólogo Português. Em 1882, publicou, num jornal religioso de Coimbra, um extenso protesto contra as comemorações do Centenário do Marquês de Pombal. Publicou, ainda alguns dos seus sermões; era orador estimado.

Ainda em 1892, publicou o Compêndio de Notícias de Vila Viçosa, monografia ilustrada com uma das primeiras plantas topográficas da vila, também da sua autoria. Para publicar este livro, que imprimiu numa tipografia que comprou na vila de Redondo, aprendeu a ar

te de compor e imprimir, apenas com auxílio de um aprendiz. Esta monografia é um resumo das Memórias de Vila Viçosa, a sua obra mais conhecida, que é o resultado de 20 anos de investigação documental histórica, artística e etnográfica e é constituída por cinco grossos volumes in-fólio, manuscritos, que legou à Biblioteca (que ajudou a formar com os fundos conventuais) da Câmara Municipal, onde ainda se encontram. Ainda hoje, se queremos saber sobre o passado de Vila Viçosa até à altura que que o Padre Joaquim Espanca viveu, temos que consultar esta obra.

Foi uma figura ilustre da nossa terra e, em sua homenagem, existe uma rua, uma estátua e deu nome também à Universidade Sénior de Vila Viçosa

 

Bernardo Marchana, Margarida Frade, Maria Carolina Falé - 5º B
Ano letivo de 2013/2014