A aula saíu à rua para conhecer, compreender, preservar e animar o nosso património.

sábado, 7 de maio de 2011

O dia-a-dia no Paço Ducal durante as visitas de D. Carlos de Bragança

      
       Os horários eram baseados na luz do diae, por isso, até ao fim do dia tinha que ser feito tudo o que havia para fazer.
      Levantavam-se aos primeiros raios de sol e começavam sempre o seu dia com uma missa na Capela Real, onde há um piano que foi oferecido a D. Carlos e a D. Amélia quando casaram. Depois, tomavam o pequeno-almoço, pois para comungarem tinham que estar em jejum. O rei e os seus amigos iam caçar na Tapada e só à noite é que se juntava com a família. As senhoras, normalmente ficavam em casa, mas outras vezes acompanhavam-nos na caçada.
      O almoço era uma refeição que podia acontecer na sala onde estivessem, sem grande cerimónia.
Quando a luz do dia desaparecia, os reis e os seus convidados vestiam-se a rigor e iam para a sala de jantar. Esta sala tinha uma grande mesa. Enquanto jantavam, uma orquestra, com membros do Regimento de Cavalaria de Vila Viçosa, tocava na sala anterior.  Sempre que acabavam de jantar, reuniam-se na sala que hoje tem o nome de Sala Dourada, onde havia um bilhar, que hoje está guardado, e tocavam órgão. D. Carlos e D. Amélia sabiam tocar, mas D. Carlos achava que não era muito habilidoso. Nesta sala,  o rei recebia também os ses convidados.
        Ao dormir, dormiam em quartos separados. As camas eram pequenas e não era necessário serem maiores porque eles dormiam sentados. Os seus médicos diziam que fazia bem pois respirava-se melhor. Os bebés também não dormiam nos quartos do pai ou no da mãe, dormiam num quarto por cima do quarto dos pais, ao cuidado das criadas, não era a duquesa ou rainha que mudava a fralda ao filho. No quarto dos reis dormiam também criados, no chão, pois podiam precisar deles e para sua segurança.

Alimentação
      O que se ia comer era decidido por D. Amélia ou por uma espécie de governanta e a comida era abundante e muito variada. Os menus eram muito elaborados e sempre com uma sobremesa diferente.
       As refeições eram confeccionadas na cozinha, onde passou a haver um fogão que permitia fazer refeições mais requintadas. Comia-se só o que se produzia na altura do ano em que se estava e que se semeava na horta. Comiam carne de porco, galinhas que havia no Pátio das Galinhas, caça e só havia duas maneiras de cozinhar: ou se assava ou se cozia. Por exemplo, punha-se um boi no espeto, que rodava devagarinho para assar. Tinham que ter sempre o lume aceso. Na cozinha há muitas frigideiras, tachos e panelas de cobre de muitos tamanhos. Os tachos maiores serviam para aquecer água ou para cozinhar para muitas pessoas.
       Os pratos eram preparados na copa e depois levados para a mesa, na sala de jantar, não se punham as travessas em cima da mesa e tinham que ser tapados, para manter a comida quente. A comida que se fazia tinha que se comer logo, se não estragava-se, pois não havia frigorífico para a colocar. O processo de conservação dos alimentos era com sal, até os ovos!
Só na cozinha trabalhavam 300 a 400 pessoas!

           Ana Lúcia Rosa, Ana Patrícia Sande, Carolina Carriço, Sara Pereira – 6º C  2010/2011

Aquecimento
      As casas eram frias, pois eram muito grandes, tinham grandes tectos e o seu aquecimento era fundamental.
      D. Carlos mandou subdividir as salas e baixar os tectos, substituir o chão de pedra por chão de madeira, pôr tapetes no chão, tapeçarias nas paredes e instalar lareiras em todas as salas para que todos se sentissem confortáveis.

Iluminação
       No palácio não havia luz, nem gás.
      Para terem iluminação acendiam velas e tinham candeeiros pendurados do tecto muito bonitos com muitas velas. Por isso, tinha-se de fazer tudo enquanto houvesse luz do dia.

Higiene
       A higiene pessoal não era bem como é hoje. Lavavam-se aos poucos, era muito raro tomar banho como nós fazemos.
      Em cada quarto havia um lavatório para a higiene pessoal, que normalmente era de ferro, mas nos quartos dos reis havia uma espécie de bancada em madeira, onde estava metido o lavatório. Quando se lavavam, para terem água quente, os criados tinham que a aquecer nas lareiras e depois levavam-na em jarros para os quartos. A água suja seguia por um tubo para um balde, que ficava por baixo e mais tarde os criados iam buscá-la para deitarem fora.
      As roupas não eram lavadas tanta vez como hoje e não havia máquinas para nada, era tudo à mão. Como não existia o aspirador, o pó acumulava-se muito nos tapetes, nos cortinados … por mais que se limpasse, pois as casas eram varridas.

                                      Ana Patrícia Sande, Francisca Novado, Sara Baptista – 6º C 2010/2011

Ensino
      Quando os filhos do rei, os infantes mudavam de localidade, os seus professores também iam com eles. Para aprenderem as matérias, que eram muitas, tinham que cumprir os horários.
      Mas isso tinha vantagens e desvantagens. Uma vantagem era que podiam viajar e nunca perdiam dias de aulas e uma desvantagem era que não brincavam nem tinham amigos como nós temos agora.

Vestuário
      Os fatos que usavam eram guardados em casas que tinham porta para os quartos e eram os criados que os traziam para eles vestirem e os ajudavam a vestir. Durante o dia vestiam roupa mais simples mas para o jantar vestiam-se a rigor. Tinham uma roupa para cada refeição. No palácio há muito poucas roupas, porque foram para Inglaterra.
      Nesta altura, os senhores vestiam casaca, calças, sobrecasaca e chapéu e as senhoras usavam muitas jóias e vestidos.
                                 
                                Ana Patrícia Sande, Francisca Novado, Pedro Albuquerque – 6º C - 2010/2011

Fonte de Informação:

Visita guiada pela Dra. Maria de Jesus Monge,  com o tema "A vida quotidiana no Paço Ducal, nos fins do séc. XIX/princípios do séc.  XX"

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