A aula saíu à rua para conhecer, compreender, preservar e animar o nosso património.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016




Autoretrato, óleo s/ tela, 1878
Henrique Pousão

Henrique César de Araújo Pousão nasceu em Vila Viçosa, no dia 1 de janeiro de 1859. Era filho de um juiz e neto e bisneto de pintores.

Devido à profissão do seu pai, teve de  mudar de localidade várias vezes. Em 1863, foi viver para Elvas, onde frequentou a escola primária e, no início da década de setenta, para Barcelos.

A sua paixão pelo desenho levou o pai a instalá-lo no Porto, na casa de um amigo. Aí, estudou Arte com o pintor António José da Costa e, por conselho deste, matriculou-se em outubro de 1872 na Academia Portuense de Belas Artes, cujos estudos concluiu em 1880. Durante as férias, visitava o pai, entretanto transferido para Olhão e aproveitava para desenhar paisagens marítimas.

 Depois, candidatou-se a pensionista para poder estudar no estrangeiro e foi aprovado. Até partir para Paris (que aconteceu só em novembro de 1881), onde participaria na classe de Pintura de Paisagem, participou no Centro Artístico Portuense e colaborou com a revista Ocidente. Na viagem para França, visitou o Museu do Prado, em Madrid.

Em Paris, após três meses de frequência da Escola Nacional de Belas Artes, adoeceu com bronquite aguda e mudou-se para Bourboule (Puy-de-Dome), em Marselha, para se tratar. Dois meses depois, regressou a Paris mas, por indicação do médico, seguiu para Roma, ainda nesse ano. No caminho, visitou Turim e Pisa.


Casas Brancas de Capri, óleo s/tela, 1882
 Depois do semestre passado em Roma, e de novo por motivos de saúde, deslocou-se até Anacapri, na ilha de Capri, passou o Verão e o Outono de 1882. Nesse período, retratou as paisagens mediterrânicas locais, plenas de luz, em obras como as Casas Brancas de Capri. Visitou Pompeia e o Vulcão Vesúvio e instalou-se em Nápoles.



Cecília, óleo s/tela, 1882
Voltou a Roma em 18 de janeiro de 1883. Nesta cidade, preparou o envio de quadros para a Academia e conheceu o pintor espanhol Pradilla e a obra de Monelli, dois artistas bem representativos do "impressionismo mediterrânico". Debilitado pela fragilidade dos pulmões, reinstalou-se em Anacapri, durante os meses de setembro e outubro.

 Como o seu estado de saúde se agravou, voltou a Portugal, fazendo uma curta estadia em Olhão. A seguir veio para Vila Viçosa, onde morreu no dia 20 de março de 1884, vítima de tuberculose.


Esperando o sucesso, óleo, 1882
Henrique Pousão foi o mais inovador pintor português da sua geração; a sua obra é considerada naturalista, com influências de pintores impressionistas, como Pissarro e Manet. Realizou pinturas inspiradas pelos sítios onde passou: em França, as suas obras tinham revelado originalidade, no entendimento da luz e da. cor, que se vê nas representações das margens do rio Sena, dos bosques sombrios de Paris e em Roma pintou ruas, caminhos, expressou as formas em grandes massas de cor, em jogo de claro-escuro e de luz-sombra.
Em 1888, o espólio de Henrique Pousão foi cedido à Academia Portuense de Belas Artes, de acordo com o testamento do seu pai. Hoje em dia, uma substancial parte da sua obra encontra-se exposta no Museu Nacional de Soares dos Reis.

Carlota Bastos Heitor, Carolina Almeida Rocha, Laura Lopes Inácio,  6ºC,

 

Fontes de informação:

http://www.infopedia.pt/$henrique-pousao

https://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_Pous%C3%A3o

https://sigarra.up.pt/up/pt/web_base.gera_pagina?p_pagina=antigos%20estudantes%20ilustres%20-%20henrique%20pous%c3%a3o –