A aula saíu à rua para conhecer, compreender, preservar e animar o nosso património.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Paço Ducal de Vila Viçosa

Uma das maravilhas portuguesas
     
As principais obras para melhoramentos e acrescentamentos

A grandeza do Palácio foi fruto das obras que se prolongaram entre os séculos XVI e XIX, conforme o gosto e as necessidades da época. Damos alguns exemplos.
No ano de 1535, o 5º Duque D. Teodósio I, para a realização da luxuosa festa de casamento da sua irmã D. Isabel com o Infante D. Duarte, filho do rei D. João III, em 1537, mandou aumentar o número de aposentos, prolongando o palácio para Sul, perpendicular ao anterior, com dois pisos, mandou pintar tectos, revestir paredes com azulejos, tapeçarias … Existe uma gravura antiga de Baldi (1669), onde se vê o palácio e a sua fachada, que ainda não está revestida de mármore e tem janelas de sacada, semelhantes às do interior do castelo.
O Duque D. Teodósio II acrescentou um andar ao palácio, as Casas Altas. Nesta altura, a fachada passou a ter 110m de comprimento e a estar revestida de mármore branco e azul, de acordo com as proporções e ordens da arquitectura clássica: dórica, jónica e coríntia. Toda a parte a sul da escadaria passou a ser designada por Casas Novas.
Para o casamento de D. João II, futuro rei D. João IV, com D. Luísa de Gusmão fizeram-se melhoramentos, acrescentando-se um terceiro andar. Melhorou também as instalações do Colégio dos Santos Reis e para guardar a sua valiosíssima colecção de livros e manuscritos continuou a remodelar a área onde se construirá as Salas de Música, junto ao tanque do Tritão. Para decoração destas Salas escolheu José Avellar Rebelo que mandou a Madrid para aperfeiçoar os seus métodos artísticos.
No século XVIII, de igual modo, D. João V fez melhoramentos na capela, cozinha e quartos novos, substituiu os retratos da Sala dos Duques, no seguimento das suas visitas a Vila Viçosa e com o episódio da troca de Princesas que ocorreu na fronteira do Caia, em 1729 (casamento entre D. José, filho de D. João V e a Infanta de Espanha e do Príncipe das Astúrias com a Infante D. Maria Bárbara, também filha de D. João V). Mandou também pôr a fachada do palácio toda igual, pois há uma parte do último piso que ficava recuada.
O seu filho, D. José I mandou fazer obras nas cavalariças e construir a Torre Sineira.
D. Maria I fez melhoramentos acrescentando o Corpo das Salas de Jantar e dos Vidros e fez alterações no jardim que fica em frente, à moda de Versailhes. Tudo isto foi estreado quando o seu filho, futuro rei D. João VI casou com D. Carlota Joaquina, infanta espanhola, em 1785.
no reinado de D. Maria II, com a orientação do seu marido, D. Fernando II é que as obras continuaram para proporcionar o conforto da família real.
A partir do reinado de D. Luís, os duques e depois reis passaram a vir mais vezes, juntamente com os seus amigos e familiares e começou-se a mobilá-lo para ser uma residência de férias e não ser preciso trazer tudo o que fazia falta, sempre que cá vinham.
O seu filho, D. Carlos e D. Amélia, enquanto duques e depois como reis, passavam aqui grandes temporadas pois gostavam muito de Vila Viçosa. O rei organizava grandes caçadas na Tapada Ducal na companhia dos seus amigos, procurando também fugir à agitação de Lisboa.
Para o tornar mais acolhedor, mandou subdividir salas que eram muito grandes e muito frias, com paredes mais fininhas, baixar os tectos, fazer lareiras em todas as casas, substituir o chão de pedra por chão de madeira, pôr tapetes no chão, tapeçarias nas paredes, fizeram-se instalações sanitárias, e comprou mobília. Os móveis não eram tão imponentes, eram práticos, porque esta era uma casa de campo. Mandou também pintar quadros com os Duques de Bragança, de D. Maria I ao seu filho Luís Filipe, que morreu antes de ser Duque de Bragança, aos melhores pintores da época, para dar continuidade aos retratos da Sala dos Duques ou dos Tudescos.
Em 1888, houve um incêndio no Palácio devido à existência de velas, tecidos e tapetes cheios de pó, que começou no quarto do príncipe Luís Filipe. Pensa-se que uma vela terá caído em cima do berço do príncipe. Como a zona dos quartos ficou muito estragada, D. Carlos, logo no outro dia mandou decorá-la por um decorador francês. Os quartos estão como eram nessa altura e foi nestes quartos que D. Carlos, D. Amélia e o príncipe D. Luís Filipe dormiram a última noite, antes do Regicídio.
Em 1903, mandou construir uma escada em madeira coladas à parede, não há nenhum suporte, o suporte é a parede. Esta escada vai dar ao segundo andar, onde há cerca de 40 quartos e mais ou menos de cinco em cinco fica uma casa de banho. Era nestes quartos que ficavam os convidados, as pessoas que os acompanhavam. Só o rei e a rainha é que dormiam no andar principal, em quartos especiais.
Com a implantação da República, D. Manuel II foi viver para Inglaterra e o Paço Ducal foi fechado. Antes de abrir ao público, como Museu, foram feitas obras para se  tentar pôr a descoberto como era no princípio. Depois, nos anos 80 deu-se mais importância ao período da Restauração e nos últimos anos, têm-se feito obras para aumentar e melhorar a área das colecções que se visitam.

Ana Lúcia Rosa, Ana Patrícia Sande, Ana Rita Candeias, Ângela Neto, Márcia Nunes, Margarida Coelho, Mariana Carriço, Pedro Albuquerque  – 6º C   20101/2011


Fontes de informação:
VISITAS GUIADAS PELA DRA. MARIA DE JESUS MONGE E PELO DR. TIAGO SALGUEIRO

Bibliografia:
“DOSSIER MONUMENTOS”, Revista Semestral de Edifícios e Monumentos, Direcção-Geral dos Edifícios
ESPANCA, Túlio (1978). Inventário Artístico de Portugal: distrito de Évora, I vol. Lisboa: Academia Nacional de Belas-Artes.
GABINETE DE IMPRENSA (2010). Um Alentejo para Descobrir. Vila Viçosa: Câmara Municipal de Vila Viçosa.
MONGE, Maria de Jesus (2000). Paço Ducal da Casa de Bragança. Vila Viçosa: Fundação da Casa de Bragança.
MONGE, Maria de Jesus (2010). Paço Ducal de Vila Viçosa: Roteiro. Caxias.
TEIXEIRA, José (1983). O Paço Ducal de Vila Viçosa sua arquitectura e colecções. Lisboa: Fundação Casa de Bragança.
Webgrafia:
http://pt.wikipedia
http://infopedia.pt
www.fcbragança.pt





   


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