Henrique César de
Araújo Pousão
nasceu em Vila Viçosa, no dia 1 de janeiro de 1859. Era filho de um juiz e neto
e bisneto de pintores.
Devido
à profissão do seu pai, teve de mudar de
localidade várias vezes. Em 1863, foi viver para Elvas, onde frequentou a
escola primária e, no início da década de setenta, para Barcelos.
A
sua paixão pelo desenho levou o pai a instalá-lo no Porto, na casa de um amigo.
Aí, estudou Arte com o pintor António José da Costa e, por conselho deste,
matriculou-se em outubro de 1872 na Academia Portuense de Belas Artes, cujos
estudos concluiu em 1880. Durante as férias, visitava o pai, entretanto
transferido para Olhão e aproveitava para desenhar paisagens marítimas.
Depois, candidatou-se a pensionista para poder
estudar no estrangeiro e foi aprovado. Até partir para Paris (que aconteceu só
em novembro de 1881), onde participaria na classe de Pintura de Paisagem,
participou no Centro Artístico Portuense e colaborou com a revista Ocidente. Na viagem para França, visitou
o Museu do Prado, em Madrid.
Em
Paris, após três meses de frequência da Escola Nacional de Belas Artes, adoeceu
com bronquite aguda e mudou-se para Bourboule (Puy-de-Dome), em Marselha, para
se tratar. Dois meses depois, regressou a Paris mas, por indicação do médico,
seguiu para Roma, ainda nesse ano. No caminho, visitou Turim e Pisa.
Depois do semestre passado em Roma, e de novo
por motivos de saúde, deslocou-se até Anacapri, na ilha de Capri, passou o
Verão e o Outono de 1882. Nesse período, retratou as paisagens mediterrânicas
locais, plenas de luz, em obras como as Casas
Brancas de Capri. Visitou Pompeia e o Vulcão Vesúvio e instalou-se em
Nápoles.
Casas Brancas de Capri, óleo s/tela, 1882 |
Voltou
a Roma em 18 de janeiro de 1883. Nesta cidade, preparou o envio de quadros para
a Academia e conheceu o pintor espanhol Pradilla e a obra de Monelli, dois
artistas bem representativos do "impressionismo mediterrânico".
Debilitado pela fragilidade dos pulmões, reinstalou-se em Anacapri, durante os
meses de setembro e outubro.
Cecília, óleo s/tela, 1882 |
Como o seu estado de saúde se agravou, voltou
a Portugal, fazendo uma curta estadia em Olhão. A seguir veio para Vila Viçosa,
onde morreu no dia 20 de março de 1884, vítima de tuberculose.
Henrique
Pousão foi o mais inovador pintor português da sua geração; a sua obra é
considerada naturalista, com influências de pintores impressionistas, como
Pissarro e Manet. Realizou pinturas inspiradas pelos sítios onde passou: em
França, as suas obras tinham revelado originalidade, no entendimento da luz e
da. cor, que se vê nas representações das margens do rio Sena, dos bosques
sombrios de Paris e em Roma pintou ruas, caminhos, expressou as formas em
grandes massas de cor, em jogo de claro-escuro e de luz-sombra.
Esperando o sucesso, óleo, 1882 |
Em
1888, o espólio de Henrique Pousão foi cedido à Academia Portuense de Belas
Artes, de acordo com o testamento do seu pai. Hoje em dia, uma substancial
parte da sua obra encontra-se exposta no Museu Nacional de Soares dos Reis.
Carlota Bastos Heitor, Carolina Almeida
Rocha, Laura Lopes
Inácio, 6ºC,
Fontes de
informação:
http://www.infopedia.pt/$henrique-pousao
https://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_Pous%C3%A3o
https://sigarra.up.pt/up/pt/web_base.gera_pagina?p_pagina=antigos%20estudantes%20ilustres%20-%20henrique%20pous%c3%a3o
–